É tão bom morrer de amor e continuar a viver...

Tenho muitas palavras guardadas dentro de mim. São tantas às voltas na minha cabeça, que não consigo dormir. Ficam todas presas na minha garganta as palavras que nunca te vou dizer. Que nunca te vou dizer?! Era o que mais faltava. Vou dizer-te tudo que tenho a dizer. Vais ouvir tudo que mereces ouvir. Não vou ficar com estas palavras, com este sabor amargo dentro de mim. Só estou a escolher o momento certo. Só estou a escolher as palavras certas. Porque eu também tenho a capacidade de magoar. Achas que sou obrigada a aguentar imaturidade, criancice, estupidez e esse feitiozinho de merda? Não, isso é obrigação da tua mãe porque eu já esgotei. Não é fácil esquecer uma pessoa que nos fez tão bem, não é fácil esquecer um (dos) amor da nossa vida, não é fácil fazer de conta que nada aconteceu, não é fácil seguir em frente, não é fácil ser feliz, não é fácil pensar que somos capazes de ficar bem, não é fácil deixar de falar com a pessoa que queremos ao nosso lado, não é fácil deixar tudo para trás! Eu errei, enganei-me, amei, desejei, venerei, não estava muito certa da nossa relação mas deixei isso de lado e tudo começou a mudar. Acabei, sem razão, fui burra mas fiz oque achei certo. Comecei a sofrer, comecei a chorar todos os dias... Dizem que o 1º amor nunca se esquece e talvez seja verdade mas eu quero esquecer-te, quero tirar este sofrimento todo de dentro do meu coração. Se houve vezes em que fui tão feliz, porquê que agora não o consigo ser? O quê que mudou assim tanto na minha vida? Mesmo com tudo o que aconteceu, foste o melhor que me aconteceu na vida e sabes porquê? Porque foi a graças a ti que conheci todo o tipo de sentimentos, desde o amor e desejo, à raiva e desilusão! Não nego que ainda tenho uma grande parte de ti dentro de mim, não nego que foste a pessoa mais importante da minha vida mas também não nego que foste a pessoa que mais me magoou, até o dia de hoje. Estou cansada de sonhar, de desejar, de te querer e não te ter, de nunca saber se pensas ou não em mim, se à noite adormeces com saudades no peito ou te deitas com outras mulheres. Depois de todas as palavras e de todas as esperas, fiquei sem armas e sem forças. Sobra-me apenas a certeza de que nada ficou por fazer ou dizer, que os sonhos nunca se perderam, apenas se gastaram com a erosão do tempo e do silêncio.

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